domingo, 27 de março de 2011

Problemas do Mundo

Problemas do Mundo
Derrame de petróleo no Golfo do México pode demorar meses
Bárbara Silva   27/04/10 07:00

A explosão de uma plataforma da BP poderá causar uma das piores marés negras dos últimos anos, com mil barris lançados ao mar diariamente.
Prejuízos de 1,2 mil milhões de euros para as seguradoras, um desastre ambiental de grandes proporções e meses de operações de resgate e limpeza. Este é o cenário que a empresa petrolífera britânica British Petroleum (BP) e a sua subsidiária Transocean têm pela frente depois da explosão e afundamento da plataforma petrolífera "Deepwater Horizon" no Golfo do México, a cerca de 70 quilómetros da costa norte-americana do Louisiana.
Ontem, a mancha de petróleo já tinha aumentado 50% e estendia-se por 1.600 quilómetros quadrados, com cerca de mil barris (o equivalente a 160 mil litros) por dia derramados no mar. Se não for contido rapidamente, a fuga de petróleo no Golfo do México poderá entrar para a lista das piores marés negras do mundo.
A BP já avisou que as próximas 36 horas serão decisivas e que as operações poderão demorar dois ou três meses, com cerca de mil pessoas a trabalhar no local e um custo que já ascende a "vários milhões de dólares". O mau tempo que se faz sentir no Golfo do México tem dificultado as operações. Apesar da extensão da mancha de petróleo, os técnicos da BP garantem que 97% é uma fina camada na superfície do mar.
No entanto, para evitar que o petróleo chegue à costa dos EUA, onde estão localizadas várias reservas naturais, quatro robôs submarinos da BP tentaram ontem accionar a válvula de emergência para selar o poço petrolífero. A ideia é conter a fuga de petróleo proveniente do tubo de ligação à superfície, que ficou submerso a 1.500 metros de profundidade quando a plataforma afundou, dois dias depois de uma violenta explosão que deixou 11 trabalhadores desaparecidos. A tarefa é complexa e pode não ser bem sucedida, disseram fontes da BP à Reuters.
O porta-voz da empresa petrolífera, Ron Rybarczyk, disse que estão a ser derramados cerca de mil barris de petróleo por dia no oceano. "É uma fuga muito grave", disse o responsável da Guarda Costeira norte-americana, Erik Swanson. Por seu lado, o director das operações de explorações e produção da BP, Doug Suttles, disse ontem que tentar conter este derrame de petróleo é "uma tarefa altamente complexa" e "pode não resultar". "Nunca foi feito antes, mas temos os melhores especialistas do mundo a trabalhar para que aconteça", disse o responsável numa conferência de imprensa em Nova Orleães.
Se os robôs submarinos falharem, a BP terá de recorrer a técnicas alternativas, mais caras e morosas, para pôr fim à fuga de petróleo. A BP já enviou para o local outras duas plataformas petrolíferas para ajudarem nas operações. Neste momento, mais de 30 navios e vários aviões estão a espalhar agentes químicos para dispersar a mancha de petróleo. A causa da explosão na plataforma "Deepwater Horizon" ainda não foi identificada. As autoridades dos EUA realizaram inspecções de rotina em Fevereiro, Março e Abril de 2010, não tendo encontrado nenhuma violação às normas de segurança.
O presidente norte-americano, Barack Obama, já disse que a crise na plataforma operada pela BP é a "prioridade número um" do seu governo, oferecendo "toda assistência necessária" para o resgate dos 11 trabalhadores desaparecidos e limpeza da região.

Risco de nova explosão na central nuclear japonesa

po r  Carlos Santos Neves, RTP actualizado às 18:15 - 13 março '11

Japoneses enfrentam ameaça de desastre nuclear

O Governo do Japão admitiu este domingo a possibilidade de estar em curso o processo de fusão de combustível em dois reactores da central nuclear de Fukushima-Daiichi, face ao aparente fracasso das tentativas de arrefecimento com recurso a água do mar. Embora garantam que estão em condições de controlar a situação, as autoridades japonesas já alertaram o país para a ameaça de uma nova explosão naquela estrutura.

Japoneses enfrentam ameaça de desastre nuclear.
Por agora, as autoridades não podem confirmar o início do processo de fusão no interior de dois reactores da central de Fukushima-Daiichi, atingida pelo sismo da passada sexta-feira. Todavia, começaram a trabalhar com base nesse cenário. Depois da explosão ocorrida no sábado, os técnicos recorreram a água do mar para procurarem arrefecer os reactores nucleares. As operações não estão a produzir resultados. E o reactor número três começa agora a apresentar as mesmas falhas verificadas nos reactores um e dois – a própria Tokyo Electric Power (Tepco), empresa responsável pela gestão da central, reconhece que as funções de manutenção do nível de líquido de refrigeração estão “em falha”.

Nas últimas horas, a Tepco adiantou que o nível da água que cobre as barras de combustível utilizadas no núcleo do reactor número três chegou a cair três metros. A empresa de electricidade veio entretanto assegurar que o nível já foi reposto, mas as autoridades não excluem um agravamento da situação. Ao início da tarde (hora local), o porta-voz do Governo, Yukio Edano, afirmava ser “possível” que o combustível dos reactores um e três estivesse já em processo de fusão, fazendo crescer os receios de um desastre nuclear de grandes proporções.
“Não podemos excluir que uma explosão possa ter lugar no reactor três, por causa de uma possível acumulação de hidrogénio”, indicou Edano, para logo garantir que “não haverá problemas para o reactor”. O porta-voz afirmou ainda que a explosão de sábado pode ter sido causada “por uma acumulação de hidrogénio na parte superior do edifício onde se encontra o reactor”.

Habitantes evacuados
A radiação emitida a partir da central de Fukushima-Daiichi, a 250 quilómetros a nordeste de Tóquio, permanece acima dos índices de segurança e foi confirmada a morte de um dos técnicos do complexo. Outros 11 ficaram feridos. Ainda assim, o Governo japonês afiança que continua a ser capaz de controlar os riscos de contaminação radioactiva da população. No espaço de 24 horas, as autoridades evacuaram cerca de 215 mil habitantes das zonas em torno das centrais de Daiichi e Daini, tendo estabelecido raios de isolamento de 20 e de dez quilómetros, respectivamente.
Em Fukushima, a 80 quilómetros das centrais nucleares, agudiza-se o medo entre a população, que procura abastecer-se de alimentos e combustível, numa altura em que a gasolina começa a escassear em muitas estações de serviço. Naoki Ono, um professor de Inglês citado pela France Presse, resumiu o ambiente que se vive na cidade: “As pessoas não estão em pânico, mas nervosas. A central mete medo”.

Em conferência de imprensa, o ministro japonês da Indústria alertou o país para a possibilidade de uma quebra na rede de distribuição de energia eléctrica, na sequência da paragem dos dez reactores das centrais nucleares de Daiichi e Daini. “É importante que as empresas reduzam ao mínimo o seu consumo de electricidade”, apelou Banri Kaieda.

Sem comentários:

Enviar um comentário